.: Brasil vive o boom da média gerência

O desenvolvimento da média gerência - ou como costumamos chamar no jargão corporativo, entry-level, é cada vez mais estratégico para o crescimento do país. O bom momento econômico e os investimentos internos e externos no Brasil estão criando um campo sem precedentes para o desenvolvimento profissional.

O mundo corporativo possui uma demanda por talentos tão grande que alguns setores já enfrentam uma espécie de "apagão de talentos" - e esse apagão é bom, pois é consequência direta da alavancagem da economia brasileira e a prova de como nosso país está tornando-se referência mundial em bons executivos.

Além de bons executivos, o Brasil é hoje um celeiro de oportunidades, ou seja, profissionais de todo o mundo investem e procuram espaço nas empresas brasileiras.

Os talentos inseridos no mercado prezam por qualidade de vida, bons ambientes de trabalho, clareza de metas e sustentabilidade dos negócios para, então, se comprometerem de fato. Logo, estão longe do perfil workaholic e não vivem somente em função dos negócios. Porém, é importante salientar que esses são profissionais que gostam da cultura de resultado. São jovens que demonstram possuírem valores diferentes dos originados na geração baby boomers ou yuppies.

Observando a economia dos países europeus, está claro que "crise" é a palavra do momento. O ritmo de crescimento brasileiro, no entanto, se opõe e demonstra agilidade. Novas plantas industriais são desenhadas e construídas, antigas empresas resgatam os chãos de fábrica ociosos e ampliam os níveis de produção. Podemos enumerar uma série de tendências que demandam engajamento de jovens executivos e que oferecem um momento ímpar de crescimento na carreira: além dos fortes investimentos da indústria pesada, de óleo e gás, temos projetos de renovação portuária e perspectivas de dois grandes eventos esportivos no país nos próximos anos.

Não à toa, os bons recrutadores de executivos estão deparando-se com a euforia das empresas, ávidas por profissionais prontos, capazes de assimilar com rapidez as necessidades, que não exijam muito tempo de treinamento, e que estejam dispostos a abraçar a cultura organizacional de quem os recebe. Há inúmeras empresas que demandam profissionais e, muitas vezes, esses talentos são difíceis de serem encontrados não só pelas competências técnicas, mas também comportamentais, culturais e de experiência de vida.

A indústria de petróleo é um caso ícone. Faltam profissionais das mais diversas funções e, para não perderem o ritmo de desenvolvimento, essas empresas estão investindo em qualificação e cursos para preparar essa mão de obra. Esse treinamento, além de capacitar os profissionais, resulta em uma ótima forma de retenção, ao passo que esses talentos sentem-se motivados a permanecer em uma empresa que investe e se preocupa com sua formação.

O desafio é achar o executivo perfeito, pois uma boa seleção exige pesquisa, pragmatismo, tempo e um profundo conhecimento do negócio da empresa contratante por parte do recrutador de talentos. Se uma das partes fica parcialmente satisfeita, nada feito; candidato e empresa devem ser considerados de forma equivalente. Podemos ter orgulho dos talentos made in Brazil, pois logo eles serão (em muitos casos já os são) globais.

Após a contratação, o fundamental é, além de investir em políticas de retenção, motivar esse profissional com novas obrigações, ao mesmo tempo em que o treina para novos cargos e funções. As empresas devem estar dispostas a enxergar o potencial desse candidato e seu alinhamento cultural, e não se limitar aos currículos e aos itens que podem atender ou não aos requisitos da posição.

Artigo retirado de: http://www.rh.com.br/Portal/Mudanca/Artigo/7995/brasil-vive-o-boom-da-media-gerencia-.html em: 27/07/2012